DOENÇAS DO ARROZ

MANCHA PARDA

Hospedeiro: Arroz – Oryza sativa.

Relevância: A mancha-parda (Bipolarys oryza) é uma das doenças que causam prejuízos à cultura do arroz, que ficou conhecida por ter causado a “fome da Bengala” em 1942. Os sintomas estão geralmente associados às infecções de grãos, redução da germinação das sementes e morte das plântulas, causando severas perdas ao agricultor (AGROLINK, 2018; PRABHU et al., 2006).

Agente etiológico: Bypolaris oryzae (Breda de Haan) Shoemaker, Canadian Journal of Botany 37 (5):883 (1959)(MB#482518)

Classificação: Reino Fungi, Subreino Dikarya, Filo Ascomycota, Subfilo Pezizomycotina, Classe Dothideomycetes, Subclasse Pleosporomycetidae, Ordem Pleosporales, Familia Pleosporaceae, Genero Bipolaris, Especie Bipolaris oryzae.

Sinônimos:

= Helminthosporium oryzae Breda de Hann, Bulletin de I’Institut Botanique de Buitenzorg 6:11 (1900) [MB#330209];

= Drechslera oryzae (Breda de Haan) Subram. & B.L. Jain, Current Science 35 (14): 354 (1966) [MB#330209];

= Luttrellia oryzae (Breda de Hann) Gornostai, Vodorosli, Griby Mkhi Dal’nego Vostoka: 81 (1978) [MB#116302];

= Helminthosporium macrocarpum Grev. Scott. Crypt. Fl. (Edinburgh): pl. 148 (1825) [MB#151147].

Distribuição: Cosmopolita

Sintomas:  A doença pode ocorrer na fase vegetativa e reprodutiva da planta. Os sintomas iniciam com manchas arredondadas ou ovais de coloração marrom em folhas e sementes de até 1 cm de comprimento. Conforme a doença vai se desenvolvendo as manchas vão se tornando marrom avermelhada com o centro esbranquiçado ou acinzentado, podendo coalescer quando a folha murcha. As sementes podem apresentar manchas marrom-escura ou marrom-avermelhada, tornando-se aveludadas com a esporulação (MANAMGODA et al., 2014).

Morfologia do fungo: Conidióforo (150-) 405-625 (-620) x 6-8 μm castanho alongado que pode surgir individualmente ou em grupos, ramificado ou simples, fluxuosos podendo possuir a parte superior geniculada podendo variar de coloração marrom a preto. Os conídios (50-) 68-108 (-155) x (10-) 14-20 (22) μm, que pode ser curvado ou reto, navicular, fusiforme, obclavado ou cilíndrico, quando imaturo é hialino, e tornando-se escuro quando maduro. Hilum levemente saliente. A germinação acontece em ambas extremidades dos conídios. Morfologia sexual: Ascomata 370-760 x 360-380 μm preto globoso. Bico ostiolar com dimensões 98-200 x 55-110 μm de formato cilíndrico-cônico. Pseudoparafise filiforme, hialino, septado e ramificado. Asco com dimensões 140-235 x 21-26 μm, podendo conter de 1-8 esporos de formato clavado ou fusoídes. Ascósporos com tamanho de 235-470 x 4-9 μm, hialinos afinando-se nas extremidades, possui uma bainha mucilaginosa (MANANGODA et al., 2014).

Sequência no GenBank: X78122; JF 521650; GU 373639.

Controle:

Não químico: A resistência é horizontal, desta forma, a cultivar Guarani, de ciclo curto, e a Rio Paranaíba, de ciclo médio, são consideradas padrões de resistência. Além, como práticas culturais deve-se usar sementes limpas, livres do patógeno e adequadamente tratadas e realizar rotação de cultura com espécies não-hospedeiras.

Químico: No Brasil são registrados diversos produtos para cultura do arroz, cujos princípios ativos destes produtos são na maioria: clorotalonil, tebuconazol, ciproconazol, azoxistrobina, epoxiconazol, , difeneconazol, mancozebe, carbendazim, carboxina, dentre outros, e 4 produtos para o arroz irrigado, que são: Alterne, Azimut, Guapo e Propiconazole Nortox. Mais informações em http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons.

Referências importantes:

ALVES, G.; MIRANDA, S. Bipolaris oryzae. Defesa vegetal. Disponivel em: <http://www.defesavegetal.net/cochmi> Acesso em: 20 de maio de 2018.

AGROFIT.  Disponivel em: <http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons> Acesso em: 05 de junho de 2018.

Conab 2015. Disponivel em:  <https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwipmLTppeLbAhVIwlkKHfNxBdsQFghKMAU&url=http%3A%2F%2Fmemoria.bn.br%2Fpdf%2F302295%2Fper302295_1864_00001.pdf&usg=AOvVaw1H8u49ApcK9D312iob-aV_> Acesso em 20 de junho de 2018:

MANAMGODA, D. S., ROSSMAN, A. Y., CASTLEBURY, L. A., CROUS, P. W., MADRID, H., CHUKEATIROTE, E., & HYDE, K. D. The genus bipolaris. Studies in Mycology, n°79, p. 221-288, 2014.

PRABHU, A. S., FILLIPI, M. C. C., RIBEIRO, A. S. Doenças e seu controle. In A. B. Santos, L. F. Stone, & N. R. A. Vieira (Eds.), A cultura do arroz no Brasil, Santo Antônio de Goiás: Embrapa/CNPAF, p. 561–590, 2006.

Figura 1. Cultura de arroz infectada com Bipolaris oryzae.
Figura 2. Conidióforo com base larga e conídio septado com hilo externo.
Figura 3. Conidióforo com base larga e conídios septados com hilo externo.

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