DOENÇAS DA BETERRABA

CERCOSPORIOSE

Hospedeiro: BETERRABA, Beta vulgaris L.

Relevância:

De acordo com Filgueira (2003, apud Paula et al 2015) a cercosporiose é tida como a doença com maior poder destrutivo que acomete a cultura da beterraba, ocorrendo tanto em beterrabas açucareiras como as de mesa.

Agente etiológico:

Cercospora beticola Sacc

Distribuição:

Cosmopolita – distribuída por todo o mundo nos locais onde tem produção de beterraba ou em hospedeiros alternativos mesmo com a ausência da cultura, no Brasil já foi relatada nos estados do Amapá, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, no arquipélago de Fernando de Noronha e em várias regiões do Nordeste do país (AGROFIT 2018).

Sintomas:

Os sintomas podem estar presente nas folhas e nos pecíolos, com mais frequência nas folhas, apresentando manchas arredondadas delimitadas por bordos avermelhados, com o centro de coloração acinzentada, necrosado, onde estão as estruturas do patógeno (CHUPP, 1953).

Morfologia do fungo:

Os conidióforos são não ramificados de coloração amarronzada principalmente mais na base, tornando-se mais hialino na ponta, leves curvaturas em forma de joelho com cicatrizes escurecidas onde se formam os conídios, cicatriz escurecida também presente na ponta (CHUPP, 1953). Os conídios são de coloração hialina, multiseptados com formato filiforme levemente a marcadamente curvados, medindo 2,5-4 μm de largura e 50-200 μm de comprimento (CHUPP, 1953).

Observações:

Cercospora beticola é caracterizada principalmente pelos conidióforos moderadamente curtos, ligeiramente atenuados, cujos topos são quase, ou totalmente, hialinos e com uma a várias geniculações (curvas em forma de joelho) suaves perto da ponta (CHUPP, 1953).

A fase sexual de Cercospora beticola é desconhecida. Em estudos moleculares realizados, comparando a Cercospora beticola com outra espécie do mesmo género contendo a fase sexuada conhecida, indicam que elas possuem ancestralidades diferentes e que a fase sexual foi perdida durante a evolução da espécie. (GOODWIN et al., 2001 apud FELIPINI, 2011).

Controle:

Não químico: Deve ser feita a rotação com culturas não-hospedeiras do patógeno por pelo menos um período de 2 a 3 anos e os restos culturais de plantas infectadas devem ser retiradas da área e eliminadas ou enterradas profundamente. Hoje em dia já tem disponível variedades resistentes a Cercospora beticola, mas não se consegue ter um bom controle do patógeno pois este sobrevive em hospedeiros alternativos, levando a ter uma grande quantidade de inóculo (AGROFIT 2018).

Químico: o controle químico deve ser utilizado apenas em casos de epidemias severas e tendo cuidado para usar misturas de fungicidas protetores e sistêmicos devido ao possível surgimento de estirpes resistentes do fungo. No Brasil existem diversos produtos registrados para controle químico da Cercosporiose da beterraba (http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons).

Referências importantes:

Agrofit – Sistema de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: <http://agrofit.agricultura. gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acessado em: 20.05.18.

Chupp, C. A Monograph Of The Fungus Genus Cercospora. Disponível em <http://krishikosh.egranth.ac.in/handle/1/2037049>. Acessado em 01 Jul 2018.

Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Disponível em: <https://www. embrapa.br/hortalicasnaweb/beterraba>. Acessado em: 20.05.18.

Felipini, R.B. Avaliação de indutores de resistência para o controle da sarna da macieira (venturia inaequalis cke.) e da cercosporiose da beterraba (cercospora beticola sacc.). Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de pós-graduação em recursos genéticos vegetais. Florianópolis. 2011.

MycoBank. Disponível em < http://www.mycobank.org/Biolomics.aspx?Table=Mycobank&Rec= 4096&Fields=All. Acessado em: 20.05.18.

Paula, P.V.A.A.; Pozza, E.A.; Santos, L.A.; Teixeira, O.H.S.; Paula, J.C.A. Formas de penetração do gênero cercospora. Nucleus, v.12, n.2, out.2015

Fig. 1. Lesões arredondadas com centro acinzentado nas folhas de beterraba (Beta vulgaris).
Fig. 2. Conidióforo amarronzado de Cercospora beticola, com cicatrizes escurecidas nas pontas e nas curvas em forma de joelho (geniculado).
Fig. 3. Conídio hialino de Cercospora beticola, filiforme e multiseptado.

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