DOENÇAS DO ALGODÃO

MANCHA DE RAMULÁRIA

Hospedeiro: ALGODÃO – Gossypium hirsutum L.

Relevância: O algodeiro é uma planta oleaginosa pertencente à família Malvaceae. O gênero Gossypim possui várias espécies e dentre elas destaca-se a Gossypium hirsutum L. pela sua importância econômica devido a sua grande participação como matéria prima para a produção de fibras têxteis (Curvêlo, 2009). O aparecimento de doenças tem restringido o aumento da produtividade brasileira, tal como a mancha de ramulária que ataca as folhas de algodão podendo proporcionar desfolha e queda de rendimento de até 49% da produtividade (Aquino et al.,2008).

Agente etiológico: Ramularia gossypii (Speg.) Ciferri, Atti Istituto Botanico della Universita Pavia Ser. 5 19: 124, 1962. [MB#360615]

= Cercosporella gossypii Speg., Anales de la Sociedad Científica Argentina 22 (4): 208 (1886) [MB#204847]

= Ramularia gossypii (Speg.) Cif., Quaderno del Laboratorio Crittogamico del Istituto Botanico dell’Università di Pavia 19: 124 (1962) [MB#338213]

= Ramularia areola G.F. Atk., Botanical Gazette Crawfordsville 15: 168 (1890) [MB#155122]

= Ramularia areolata G.F. Atk. (1890) [MB#499741]

= Septocylindrium areola (G.F. Atk.) Pound & Clem., Minnesota Botanical Studies 9: 651 (1896) [MB#100728]

Distribuição:

Ocorre praticamente em todas as regiões produtoras de algodão do Brasil.

Sintomas: Este patógeno provoca o aparecimento de manchas angulosas de 0,5-4mm, circunscritas pelas nervuras das folhas de algodão, tendo sua ocorrência na face adaxial, mas, na face abaxial se tem uma lesão amarelada com aspecto pulverulento causado pela intensa esporulação do patógeno. Estas manchas foliares são compostas por uma massa pulverulenta que varia sua coloração entre o branco e o amarelo (Agrofit, 2018; Amorim, 2016).

Morfologia do fungo: Estes fungos sobrevivem sobre lesões em restos de cultura e os esporos produzidos nessas condições constituem o inóculo primário e são disseminados em sua maioria pelo vento e água. Apresenta conidióforos fasciculados, numerosos, surgindo de estroma, através de estômatos, ereto, subcilíndrico para ramos geniculados-sinuosos, simples ou freqüentemente ramificados, basal à terminal, 20-80 x 3-7µm, septado, hialino, liso. Os conídios são hialinos, cilíndricos e alongados (0-3 septos) com cicatrizes espessa na extremidade, após a sua germinação ocorre à formação de tubos germinativos que crescem em direção aos estômatos para ocorrer à penetração e colonização de forma eficiente dos tecidos do hospedeiro (Curvêlo, 2009; Mycobank [MB#360615], 2018; Rathaiah, 1977).

Observações: Conforme descrito no mycobank [MB#155122], Ramularia gossypii é o nome atual para o fungo que anteriormente era classificado comoRamularia areola. Este patógeno também é  vulgarmente conhecido como míldio, oídio, míldio areolado, falso-míldio ou mancha branca e em sua forma sexual ou teleomórfica o patógeno é denominado de Mycosphaerella areola.

Material herborizado: VIC

Cultura pura (se aplicável): COAD

Controle: Controle químico é utilizado em conjunto com o monitoramento diário da lavoura para se identificar a necessidade de aplicação de fungicidas. Entretanto, recomenda-se para o controle de mancha de ramulária em algodão o uso de práticas culturais a fim de evitar o plantio em locais que favoreçam o desenvolvimento da doença, além de realizar a integração de técnicas, tal como a rotação de cultura, épocas de plantio, uso de cultivares resistentes, entre outras (Curvêlo, 2009; Rocha et al., 2005). No Brasil, estão registrados 94 produtos comerciais para o controle desta doença, para maiores informações veja em AGROFIT.

Referências bibliográficas:

Agrofit. Disponível em:<http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Acessado em: 18 de maio de 2018.

Amorim, L.; rezende, J.A.M; Bergamin Filho, A.; Camargo, L. E. A. eds. Manual de Fitopatologia. Volume 2 – Doenças de Plantas Cultivadas. 5ª Edição. Editora Agronômica Ceres Ltda. São Paulo. 2016. 820p.

Aquino, l. a.; Bberger, p. g.; Rodrigues, f. a.; Zambolim, l.; Ogoshi, f.; Miranda, l.m.; lélis. m. Controle alternativo da mancha de ramularia do algodoeiro. Summa Phytopathologica, Botucatu, 2008, v. 34, p. 131-136.

Curvêlo, C.R.S. Processo infeccioso de Ramularia areola em algodoeiro. Dissertação –UFV, 2009.

Mycobank [MB#360615]. Disponível em: <http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?TableKey=14682616000000063&Rec=14819&Fields=All>. Acesso em: 18 de maio de 2018.

Rathaiah, Y. Spore germination and mode of cotton infection by Ramularia aréola. Phytopathology, St. Paul, 1977, v. 66, p. 351-357.

Rocha, C.L.; Carvalho, C.L.; Oliveira, C.G. Avaliação de fungicidas no controle de ramularia (Ramularia aréola) na cultura do algodão. In: XXXVIII Congresso Brasileiro de Fitopatologia. Brasília. Anais. 2005. P. 582.

Fig. 1. Folhas de plantas de algodão com sintomas de mancha de ramulária e estruturas de reprodução com aspecto pulverulento devido a intensa esporulação do patógeno.
Fig. 2. Estruturas reprodutivas de Ramularia gossypii: conidióforos hialinos fasciculados (CF) e conídios, alongados e hialinos

Equipe de Desenvolvimento Web/UFV - 2014 - Mantido com Wordpress