DOENÇAS DO CHUCHU

Antracnose

Hospedeiro: Chuchu – Sechium edule

Relevância:Sechium edule é uma hortaliça-fruto membro da família das Cucurbitáceas. O chuchu é uma cultura de exportação importante para alguns países da América Latina, incluindo Brasil, México e Costa Rica. O principal fator limitante de produção de chuchu, têm sido doenças causadas ​por fungos. Estas doenças são de grande importância, uma vez que podem atacar uma ou mais partes da planta a qualquer momento durante o seu desenvolvimento, inclusive após a colheita. Entre os patógenos mais importantes estão Ascochyta phaseolorum, e várias espécies de Fusarium, Macrophomina e Colletotrichum (Merlin, 2007).

Agente etiológico:Colletotrichum orbiculare Damm, P.F. Cannon & Crous 2013 (Ascomycetes, Phyllachorales)

Sinônimos:

= Gloeosporium cucurbitarum Berk. & Broome 1869

= Fusarium lagenaria Pass. 1868

= Colletotrichum lagenarium (Pass.) Ellis & Halst. 1893

Distribuição: Cosmopolita.

Sintomas:O patógeno causa lesões em plântulas, folhas, pecíolos, caules e frutos de cucurbitáceas. Nos frutos, por exemplo, as lesões geralmente são em forma circular e aquosas que se expandem e tornam-se negras em clima úmido, eventualmente ficando coberto massas de esporos alaranjada. Nas folhas, no entanto, as lesões são marrom-claras, e os centros podem rachar e cair (Sitterly & Keinath 1996).

Morfologia do fungo: A fase sexuada do fungo não foi observada. Na fase assexuada, Colletotrichum orbiculare é caracterizado por conídios hialinos com ápice obtuso e afilado na direção da base 10.5-12.5×4-4.5 μm, Presença de acérvulo. Setas marrons, de paredes lisas, 60-130 μm de comprimento, septado, base cilíndrica a cônica, 3–7,5 μm de diâmetro, a ponta pouco arredondada. Conidióforos hialinos, lisos, septados, ramificados, até 40 μm de comprimento. Células conidiogêneas hialinas, de paredes lisas, cilíndricas, 13–24 × 3–4 μm (Damm, 2013)

Além disso, as plantas hospedeiras do complexo C. orbiculare, podem ser infectadas por outras espécies que não pertencem ao complexo C. orbiculare. Isso pode levar a erros de identificação, dependendo da abordagem adotada para identificação de espécies de Colletotrichum.

A reprodução de C. orbiculare pode ocorrer tanto pela forma sexuada quanto assexuada. No entanto, a forma sexuada não é observada com frequência em cultivos em meio de cultura, sendo detectada mais frequentemente na natureza.

Holótipo de C. orbiculare, CBS 570.97=LARS 73

Controle:

Cultural: Uso de sementes certificadas e livres de doenças e rotação de cultura.

Químico: Aplicação de fungicidas aprovados para a cultura em intervalos regulares. O único produto registrado no Brasil para o controle da antracnose do chuchu é o flutriafol (triazol).

Referências importantes:

Agrofit. 2018. Disponível em: <http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons> Acesso em: 23/05/2018

Damm, U., Cannon, P. F., Liu, F., Barreto, R. W., Guatimosim, E., & Crous, P. W. (2013). The Colletotrichum orbiculare species complex: Important pathogens of field crops and weeds. Fungal Diversity61(1), 29–59. https://doi.org/10.1007/s13225-013-0255-4

Merlín K.J., Acosta-ramosa M., Cadena-iñigueza J, Avendaño-arrazate C, Lourdes M De. Proc. Interamer. Soc. Trop. Hort. 51:217-224. 2007;933. 217–24.

Sitterly WR, Keinath AP (1996) Anthracnose. In: Zitter TA, Hopkins DL, Thomas CE (eds) Compendium of cucurbit diseases. APS Press, pp 24–25.

Fig. 1. Sintomas de antracnose em folhas chuchu: lesões necróticas arredondadas com halo amarelo e detalhe da lesão.
Fig. 2. Colletotrichum orbiculare: acérvulo com presença de setas e conídios

Míldio

Míldio

Hospedeiro: Chuchu – Sechium edule

Relevância:

Agente etiológico:  Pseudoperonospora cubensis (Berk. & M.A. Curtis) Rost., Annales de l’Institut agronomique de Moscou 9: 47, Jan. 1903 and in Flora 92: 422, Oct. 1903.

= Peronoplasmopara cubensis (Berk. & M.A. Curtis) Clint., Rept. Conn. Agr. Exp. Sta. 1904: 335, 1905.

= Peronospora cubensis Berk. & M.A. Curtis, Cuban Fungi, p. 363, 1868.

Distribuição: O patógeno tem distribuição cosmopolita. No entanto, já foi relatado infectando S. edule na Índia, Cuba, Panamá, China e Taiwan.

Sintomas:Os sintomas geralmente incluem manchas cloróticas e angulosas que se desenvolvem no limbo foliar, com esporulação abundante na superfície superior das folhas. Embora no chuchu, as lesões provocadas pelo patógenos não seja tão angulosa como em outras cucurbitáceas. O patógeno é encontrado apenas no tecido foliar, as plantas infectadas geralmente apresentam menor desenvolvimento em decorrência da diminuição da taxa fotossintética. A infecção de P. cubense também pode provocar uma desfolhação prematura e como consequência os frutos podem apresentar sintomas de escaldadura devido à exposição solar (Colucci, 2010). 

Morfologia do fungo: Pseudoperonospora cubense tem micélio hialino, cenocítico e intercelular, desenvolve-se abundantemente na epiderme, mas também penetra nos tecidos do mesófilo. Haustório pequeno, ovalado, intercelular, às vezes com ramos semelhantes a dedos. Esporangióforos têm ramificação sub-dicotômica, e variam de 180-600 µm de altura, 20 µm de diâmetro e 5-7 µm de largura. Individualmente, as pontas dos esporangióforos suportam os esporângios. Os esporângios são pigmentados, em forma de limão com uma papila conspícua. Oósporos (descritos apenas na URSS, no Japão, no norte da China e Italia) são amarelo claro ou hialino, globular, 22-42 µm de diâmetro (Colucci, 2010).

Observações:

Pseudoperonospora cubensis pertence ao Reino Straminipila e ao filo Oomycota. membro de Peronosporaceae (a família do míldio) na ordem Peronosporales dentro da classe Oomycetes. Como outros organismos de míldio, P. cubensis, é um parasita biotrófico ou obrigatório, ou seja, o organismo requer o tecido hospedeiro vivo e não pode ser propagado em meios artificiais.

A ocorrência da reprodução sexual e a formação de oósporos em P. cubensis são raras e sua germinação não foi observada. Oósporos podem funcionar como estruturas de sobrevivência quando hospedeiros vivos não estão presentes, mas isso ainda não foi demonstrado (Colucci, 2010). 

Controle:

Cultural: Fazer a rotação de cultura, e remoção de restos de cultura.

Químico: Os produtos registrados para a cultura no Brasil são: dimetomorfe (morfolina); fenamidona (imidazolinona) + Cloridrato de propamocarbe (carbamato); fluopicolide (benzamida) + Cloridrato de propamocarbe (carbamato)

Referências importantes:

Agrofit. 2018. Disponível em: <http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons > Acesso em: 23/05/2018

Baiswar, P., Chandra, S., Ngachan, S.V.. Pseudoperonospora cubensis on Sechium edule in India. Australasian Plant Disease Notes 2010. 5: 3-4.

Colucci, S. J.; Holmes, G. J.. Downy mildew of cucurbits. 2010. DOI: 10.1094/PHI-I-2010-0825-01. Disponível em: <https://www.apsnet.org/edcenter/intropp/lessons/fungi/Oomycetes/Pages/Cucurbits.aspx>. Acesso em: 02 jul. 2018

Merlín K.J., Acosta-ramosa M., Cadena-iñigueza J, Avendaño-arrazate C, Lourdes M De. Proc. Interamer. Soc. Trop. Hort. 51:217-224. 2007;933. 217–24.

Palti, J.. Pseudoperonospora cubensis. CMI Descriptions of Pathogenic Fungi and Bacteria. 1975. 457:1-2.

Fig. 3. Sintomas do míldio no chuchu: lesões foliares visualizadas em campo.
Fig. 4. Pseudoperonospora cubense: esporangióforo com ramificação sub-dicotômica com esporângios pigmentados e em forma de limão.

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