DOENÇAS DO LIMÃO-CRAVO

VERRUGOSE

Hospedeiro: Limão-cravo (Citrus limonia Osbeck)

Relevância: O limão-cravo, também conhecido como limão-rosa ou limão-galego, é uma lima ácida utilizada principalmente como porta-enxerto para produção de mudas de diversas espécies de citrícolas, por apresentar características agronômica vantajosas, como precocidade e por ser ananicante. Devido a isso, sua principal forma de cultivo é para produção de porta-enxerto em viveiros comercias. A verrugose dos citros é um dos principais patógenos dessa espécie. Seus principais efeitos são a redução da área foliar fotossintética (infecção nas folhas em viveiro) e depreciação dos frutos para consumo em natura (infecção nos frutos).

Agente etiológico: Elsinoë fawcettii Bitancourt & Jenk e Elsinoë citricola Fan, R.W. Barreto & Crous (Myriangiales, Ascomycota)

Distribuição: Cosmopolita.

Sintomas: Os sintomas são caracterizados pela presença de lesões em frutos, folhas e hastes em desenvolvimento. Partes mais desenvolvidas não apresentavam sintomas e quando apresentavam, a lesão apresentava-se mais desenvolvidas (coalescidas) provocando clorose nas folhas. As lesões possuem aspecto de cicatriz corticosa de coloração castanho.  Lesões antigas apresentam esporulação na superfície de cor castanho ou cinza. Nos frutos as lesões se encontram apenas na superfície, não afetando tecidos mais profundos.

Morfologia do fungo:  Elsinoë citricola – Conidióforos hialinos, verruculoso, ampuliforme a doliforme, com 1 ou 2 septos, 8–15 × 3–5 μm; Celulas conidiogenicas enterobçlasticas, polifialidica com 1-2 locus integrados, hialino, hialinos, verruculoso, ampuliforme a doliforme, 5–10 × 3–5 μm; conídios hialinos, granulares, asseptados, elipsoide, ápice obtuso, as vezes constringindo a base para um loco subtruncado, (5.5–)6–8(–9) × (2.5–)3–4(–4.5) μm; Em cultura, o fungo produz colônias irregulares, erupentes, com margens lisas e micélio aéreo branco esparso (Fan et al., 2017).

Observações: Existem duas espécies causadoras da doença em limão cravo, Elsinoë fawcettii e E. citricola. Elsinoë fawcettii foi descrito como o agente causal dessa doença, no entanto, em um estudo recente, E. citricola foi descrito como causador da doença no Brasil (Fan et al., 2017). Os autores relataram que não é possível diferenciar as espécies com base em análise morfológica dos conídios. A diferenciação é realizada com base em analise molecular.

Controle:

Não químico: Não existem genótipos registrados resistentes ao patógeno. Sendo assim recomenda-se monitoramento constante em viveiros, evitando irrigação por aspersão nos períodos de floração e brotação de folhas novas. Realizar podas para manutenção com intuito de manter a copa arejada e evitar molhamento foliar por períodos prolongados.

Químico: A aplicação de fungicidas é a medida mais eficiente para controle desse patógeno, principalmente fungicidas de efeito protetor a base de cobre, para esses casos, recomenda-se aplicações múltiplas de acordo com o crescimento dos frutos. As aplicações com fungicidas sistêmicos devem ser realizadas durante o florescimento. Para maiores informações veja em Agrofit (AGROFIT, 2018).

Referências importantes:

AGROFIT. Sistemas de agrotóxicos fitossanitários. Disponível em: <http://extranet.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons>. Acesso em 22/05/2018.

Fan, X. L.; Barreto, R. W; Groenewald, J. Z.; Bezerra, J. D. P.; Pereira, O. L.; Cheewangkoon, R.; Mostert, L.; Tian, C. M.; Crous, P. W. Phylogeny and taxonomy of the scab and spot anthracnose fungus Elsinoë (Myriangiales, Dothideomycetes). Studies in Mycology. v.87, p.1-41. 2017.

Fig. 1. Sintomas de verrugose em folhas de Citrus limonia causada por Elsinoë sp..
Fig. 2. Sintomas de verrugose em frutos de Citrus limonia causada por Elsinoë sp..
Fig. 3. Micrografia de Elsinoë sp. em folha de limão-cravo – seta indica o conidióforo ampuliforme.
Fig. 4. Micrografia de Elsinoë sp. – conídios hialinos, granulares e asseptados.

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