DOENÇAS DO MILHETO

FERRUGEM

Hospedeiro: Milheto – Pennisetum glaucum L.

Relevância: A ferrugem é considerada uma das mais importantes doenças da cultura do milheto no Brasil. Os danos causados pela ferrugem podem resultar em perdas superiores a 70% na produção de grãos e afetam significativamente a qualidade de forragens. Embora a ferrugem possa atacar as plantas em qualquer estágio durante o ciclo da cultura, os sintomas e, consequentemente, as perdas são mais severos quando as infecções ocorrem nos primeiros estádios de desenvolvimento da cultura.

Agente etiológico: Puccinia substriata Ellis & Bartholomew (Ellis, J.B.; Bartholomew, E. 1897)

Distribuição: Cosmopolita – Africa, América do Norte (Caribe, America Central, Mexico, EU), América do Sul (Brasil, Bolivia, Colombia, Peru, Uruguai, Venezuela)

Sintomas: As lesões apresentam pequenas pontuações de verde a amarelo, inicialmente distribuídas aleatoriamente na superfície foliar. Mais abundantes adaxialmente, tornando-se marrons com bordas amarelas, culminando com a formação de pústulas teliais negras elípticas, uredinianas marrons e marrom escuro a preto brilhante. Telia é abundante adaxialmente em folhas basais mais velhas de plantas jovens ou em plantas velhas, coalescendo e conduzindo a ferrugem de folhagem.

Morfologia do fungo: Uredinia anfigea, marrom-canela; uredósporos 24-31 × 24-27 µm, elipsóide, parede 1,5-2 µm de espessura, castanho canela, poros germinativos 3-5, equatorial. Telia compacta, marrom escuro; teliosporos 34-50 x 20-26 µm, principalmente elongo oblongo, ou clavado, parede 1,2-2 µm de espessura nas laterais, 3-7 µm de apicalmente, marrom-castanho.

Material herborizado: Amostra depositado – Herbário VIC

Controle:

Não químico: Utilização de cultivares resistentes e o plantio em épocas desfavoráveis.

Químico: Produtos a base de Azoxistrobina (estrobilurina) e Tebuconazol (triazol) encontram-se registrados no MAPA para o controle da ferrugem em milheto. (http://agrofit.agricultura. gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons)

Referências importantes:

Carvalho, A.O.; Soares, D.J.; Carmo, M.G.F.; Costa, A.C.T.; Pimentel, C. Description of the life-cycle of the pearl millet rust fungus–Puccinia substriata var. penicillariae with a proposal of reducing var. indica to a synonym. Mycopathologia (2006) 161: 331–336

Charchar, M.J.A.; Anjos, J.R.N.; Akimoto, A.K.; Tomaz, L.V. Ferrugem e Mancha-Foliar em Milheto (Pennisetum glaucum) no Cerrado do Brasil Central. Embrapa, Planaltina, DF 2001, 7 pp

Costa, A.C.T.; Stangarlin, J.R.; Franzener, G. – Ocorrência da ferrugem (Puccinia substriata var. penicillariae) do milheto na região Oeste do Estado do Paraná, Summa phytopathol. vol.35 no.3 Botucatu July/Sept. 2009

Dantas, C.C.O. e Negrão, F.M. Características agronômicas do Milheto (Pennisetum glaucum). PUBVET, Londrina, V. 4, N. 37, Ed. 142, Art. 958, 2010.

Ellis, J.B.; Bartholomew, E. 1897. New species of Kansas fungi. II. Erythea. 5:47-51

Garcia, G.C.; Duarte J.O. Cultivo do milheto. Embrapa Milho e Sorgo. Sistemas de Produção,3 Versão Eletrônica – 1 ª edição Set./2009

Mendes, M. A. S.; Silva, V. L. da; Dianese, J. C.; Ferreira, M. A. S. V.; Santos, C. E. N. dos; Neto, E. G.; Urben, A. F.; Castro, C. Fungos em Plantas no Brasil, Embrapa-SPI/Embrapa-Cenargen, Brasilia, DF, Brazil, 1998, 555 pp.

Shoemaker, R.A. 1962. Drechslera Ito. Canadian Journal of Botany. 40(6):809-836

Thurston, H.W Jr. The rusts of Minas Gerais, Brazil, based on collections by A.S. Muller. Mycologia, 1940, 32:290-309 pp.

Yun, H.Y. Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. . Invasive Fungi. Eggplant-pearl millet rust – Puccinia substriata

Yun, H.Y. Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. . Invasive Fungi. Eggplant-pearl millet rust – Puccinia substriata

Fig. 1. Sintomas da ferrugem do milheto causada por Puccinia substriata.
Fig. 2. Pústulas da ferrugem.
Fig. 3. Estruturas do fungo: urédia com uredósporos.
Fig. 4. Uredósporos pigmentados.

Mancha amarela

Relevância:

A mancha foliar, causada por Drechslera tritici-repentis, é de ocorrência mundial e uma das principais doenças da cultura. A doença pode levar altas perdas de rendimento. No Brasil, a mesma está presente em todas as safras e pode reduzir o rendimento de grãos em mais de 40%, dependendo da suscetibilidade do cultivar e da pressão de infecção.

Agente etiológico: Drechslera tritici-repentis (Diedicke), Shoemaker

Sinonima: Helminthosporium tritici-repentis Died.

Teleomorfo: Pleospora tritici-repentis, Pyrenophora tritici-repentis

Fungi, Dikarya, Ascomycota, Pezizomycota, Dothideomycetes, Pleosporomycetidae, Pleosporales, Pleosporacae, Drechslera

Distribuição: Cosmopolita

Sintomas:

Os sintomas foliares variam, como manchas marrons, finas estrias lineares, pequenas manchas ovais, grandes manchas irregulares ovais, oblongas ou quase retangulares medindo 1-10 x 0,5-3 mm. Grandes lesões fusiformes são ocasionalmente produzidas. As lesões podem se expandir e coalescer. As lesões podem ser castanho-escuro sólido, mas geralmente se tornam marrom-amarronzadas ou acinzentadas, com uma borda marrom-escura mais ou menos distinta. Sintomas semelhantes são produzidos na bainha e tronco da folha, levando à secagem de toda a planta. A cabeça da planta também está infectada, resultando no molde da cabeça.

Morfologia do fungo:

Conídios cilíndricos, pigmentados, retos ou ligeiramente tortos (75-250 x 13-19 µm); septa fina (5-13) células sub-separadas separadas com 15-20 µm de comprimento; célula basal mais longa que larga. Conidióforos macronemáticos, monomáticos, lisos, septados, eretos, flexuosos, geniculados no ápice com cicatrizes condiais e marrons, castanho-amarelados claros com uma base aumentada, 10-16 µm de largura; <250 µm de comprimento.

Material herborizado: depositado Herbário VIC

Cultura pura (se aplicável): Depositado COAD

Controle:

Não químico: Utilização de cultivares resistentes e o plantio em épocas desfavoráveis.

Químico: Produtos a base de Tetraconazol (triazol) encontram-se registrados no MAPA para o controle da ferrugem em milheto. (http://agrofit.agricultura. gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons)

Referências importantes:

Agrofit http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons

Costa, A.C.T.; Stangarlin, J.R.; Franzener, G. – Ocorrência da ferrugem (Puccinia substriata var. penicillariae) do milheto na região Oeste do Estado do Paraná, Summa phytopathol. vol.35 no.3 Botucatu July/Sept. 2009

Dantas, C.C.O. e Negrão, F.M. Características agronômicas do Milheto (Pennisetum glaucum). PUBVET, Londrina, V. 4, N. 37, Ed. 142, Art. 958, 2010.

Ellis, M.B. Dematiaceous Hyphomycetes. Ed. CAB – Commonwealth Mycological Institute Kew, Surre, Inglaterra . 1971

Gamba, F.M.,Strelkov, S.E., Lamari, L. (2012) Virulence of Pyrenophora tritici-repentis in the Southern Cane Region of South America. Canadian Journal of Plant Pathology, 34 (4): 545-550.

Garcia, G.C.; Duarte J.O. Cultivo do milheto. Embrapa Milho e Sorgo. Sistemas de Produção,3 Versão Eletrônica – 1 ª edição Set./2009

Shoemaker, R.A. 1962. Drechslera Ito. Canadian Journal of Botany. 40(6):809-836

Fig. 5. Sintomas da mancha amarela do milheto causada por Drechslera tritici-repentis.
Fig. 6. Detalhe dos sintomas da mancha amarela do milheto causada por Drechslera tritici-repentis.
Fig. 7. Drechslera tritici-repentis: conidióforos pigmentados, septados com cicatrizes escurecidas.
Fig. 8. Drechslera tritici-repentis: conídios septados com cicatrizes escurecidas na base.


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