DOENÇAS DO QUIABO

CERCOSPORIOSE

Hospedeiro: Quiabo, (Abelmoschus esculentus L.)

Relevância: O quiabo (Abelmoschus esculentus L.) é uma hortaliça pertencente à família da Malvaceae. É uma das mais populares no Brasil, já que seus frutos são amplamente consumidos por todas as regiões do país. É principalmente cultivado nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, sendo produzido maiormente por pequenos produtores e agricultores familiares. Os maiores produtores são os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe. Têm fácil adaptação às condições climáticas brasileiras e nas áreas com temperaturas mais elevadas pode ser cultivado todo ano. A cercosporiose não é considerada a doença mais importante na cultura do quiabeiro, mas é considerada uma doença prevalente.

Agente etiológico: Pseudocercospora abelmoschi (Ellis & Everh.)

Sinônimos:

= Cercospora abelmoschi

= Cercospora hibisci

= Cercospora hibisci-manihotis

Distribuição: Cosmopolita, África, Ásia, Europa, América.

Sintomas: A doença se manifesta mediante manchas pretas irregulares fuliginosas na superfície inferior da folha. Na superfície superior apresenta manchas de cor verde escuras com bordes também irregulares. Em estágios mas avançados, e quando a severidade é elevada, pode causar necrose e desfolha.

Morfologia do fungo: Na planta, o fungo se apresenta como conidióforos agrupados na parte inferior da folha. Os conidioforos são alongados, de cor marrom e dos extremos surgem os conídios. Esses são alongados, elipsoides, multiseptados, marrons e o tamanho depende do estágio do desenvolvimento com 25-95 µm x e 5-7 µm.

Observações: Dois patógenos podem estar associados a Pseudocercospora abelmoschi causando doença no quiabo. Um deles é Cercospora malayensis. Provoca manchas foliares com bordos acastanhados. Ela não representa um problema para a cultura de quiabo em Brasil. O Outro patógeno é Cercospora hibiscina, que causa manchas irregulares parecidas as provocadas por P. abelmoschi e se expressa com mais agressividade.

Controle:

Práticas culturais: A utilização de variedades resistentes e uma das práticas mais importantes para o manejo da doença. Também é importante a rotação de cultura, eliminação dos restos culturais anteriores, a adubação e o controle do déficit hídrico, já que o estresse hídrico e nutricional predispõe à ocorrência da doença.

Controle químico: A utilização de fungicidas cúpricos é eficiente no controle da doença. 

Referências importantes:

http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Agrofit. Ministério de agricultura, pecuária e abastecimento. Consultado o 21 de maio de 2018.

http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?TableKey=14682616000000063&Rec=15464&Fields=All. MycoBank. Consultado o 23 de maio de 2018.

Galvão, C.; Ávila Melo, M.; Peixoto, G.; Pereira, T.; Carvalho, D. 2015. Etiologia e sintomatologia da cercosporiose do quiabeiro. Primeira conferencia genética e citogenética vegetal. 19 e 20 de novembro. Ipameri.

Kimati, H.; Amorim, L.; Rezende, J.A.M.; Bergamin Filho, A.; Camargo, L.E.A. 2005. Manual de fitopatologia: Doenças das plantas cultivadas. 4ª Ed. Vol. 2, pag. 542 – São Paulo: Agronômica Ceres.

Fig. 1. Sintoma de cercosporiose causado por Pseudocercospora abelmoschi em folhas de quiabo (setas amarelas).
Fig. 2. Conidióforos e conídios de Pseudocercospora abelmoschi.

OÍDIO

Relevância: Atualmente oídio é considerada a doenças mais importante no quiabo. 

Agente etiológico: Erysiphe cichoracearum (Oidium ambrosiae Thum).

Sinôminos:  

= Golovinomyces cichoracearum

= Alphitomorpha circumfusa

= Erysiphe compositarum

= Erysiphe scorzonerae.

Distribuição: Cosmopolita, com grande número de hospedeiros.

Sintomas: Num princípio os sintomas se apresentam nas folhas mais velhas. Iniciam-se com um crescimento branco pulverulento correspondente ao desenvolvimento micelial na nervura, que posteriormente se expandem pelas duas superfícies das folhas. Em infecções severas, a planta toda pode ser afeitada pelo desenvolvimento do fungo, incluindo os frutos, que se apresentam hipertrofiados. As folhas atacadas amarelecem e caem, causando grande desfolha na cultura.

Morfologia do fungo: O micélio do fungo é evanescente na maioria das vezes, mais também pode se apresentar persistente. Os conídios têm uma forma elipsoide e o tamanho varia entre 25-45 µm de comprimento e 14-26 µm de largura e são hialinos. Eles se desenvolvem em cadeia desde a superfície da folha. No outono, E. cichoracearum forma estrutura do chasmotecio de 90-135 µm de diâmetro. Quando as condiciones são favoráveis, os ascos e ascósporos são liberados para iniciar um novo ciclo de infecção. 

Observações: Erysiphe cichoracearum é a fase sexuada do fungo e Oidium ambrosiae corresponde a fase assexuada. É um parasita biotrófico que coloniza somente as células epidermais das folhas do hospedeiro. Atualmente oídio é a doenças mais importante da cultura do quiabo no Brasil. Pode gerar perdidas significativas na produção se as condições são favoráveis. O desenvolvimento da doença é ótimo em climas secos com temperaturas entre 25 e 29 °C. Nessas condições, os conídios podem ser transportados pelo vento e gerar novas infecções.

E. cichoracearum têm mais de 230 espécies hospedeiras de 50 gêneros, sendo que a família Fabaceae é a principal hospedeira deste.

Controle:

Práticas culturais: A utilização de variedades resistentes ou tolerantes e uma das principais práticas junto ao controle químico. Outras práticas que podem-se adotar são o plantio espaçado, a rotação cultural, eliminação de restos culturais e adubação do solo.

Controle químico: Os produtos fitossanitários para o controle de oídio no quiabo pertencem maiormente aos grupos químicos das anilidas, estrobilurinas, triazóles e carboxamidas. As formulações comerciais podem-se apresentar como misturas desses grupos químicos o individualmente. Atualmente existem 5 produtos comercias registrados para o controle de oídio.

Referências importantes:

http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons. Agrofit. Ministério de agricultura, pecuária e abastecimento. Consultado o 24 de maio de 2018.

http://www.mycobank.org/BioloMICS.aspx?TableKey=14682616000000067&Rec=118001&Fields=All. MycoBank. Consultado o 23 de maio de 2018.

Massola, Jr. N.; Bedendo, I. 1997. Doenças do Quiabeiro (Hibiscus esculentus L.).
In: KIMATI, H. et al. (Eds). Manual de Fitopatologia – Doenças de Plantas Cultivadas.
3 ed. São Paulo: Agronômica Ceres. p. 616 – 620.

Fig. 3. Sintoma de oídio causado por Erysiphe cichoracearum em folhas de quiabo.
Fig. 4. Conídios em cadeia de E. cichoracearum.


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