DOENÇAS DO SORGO

ANTRACNOSE

Hospedeiro: Sorgo (Sorghum bicolor L. Moench)

Relevância: A antracnose é uma das principais doenças que afetam a cultura do sorgo. Esta doença pode reduzir a produtividade de grãos em 50% ou mais sob condições de elevada temperatura e alta umidade relativa em variedades suscetíveis.

Agente etiológico: Colletotrichum sublineola Henn. Ex Sacc. & Troller, Sylloge Fungorum 22:1206 (1913) [MB#258503]

Sinônimos:

Colletotrichum sublineola Henn., in Kabát and Bubák, Fungi Imperfecti Exs. Century II: No. 186 (1904).

= Colletotrichum andropogonis Zimm., Ber. Uber Land. und Forstwirth. Deutsch-Ostafrica 1:13 (1904).

= Colletotrichum lineola var halepense Heald &F.A. Wolf, U.S. Bur Plant Ind. Bull. 226:51-52 (1912).

= Colletotrichum graminicola f. sp. sorghi Messiaen, Lafon & Molot, Annales des Epiphytes 10C(4):456 (1959).

= Colletotrichum graminicola var. zonatum Rajasab & Ramal, Curr. Sci. 50 (1):34 (1981).

Distribuição:A doença é cosmopolita, está presente principalmente em regiões produtoras de sorgo como Ásia, África e as Américas (MYCOBANK; Pande et al., 1991).

Sintomas:C. sublineola pode infectar folhas, colmo, pedúnculo, panícula e grãos do sorgo. Nas folhas, os sintomas se caracterizam por pequenas lesões circulares a elípticas, com aproximadamente 5 mm de diâmetro. Posteriormente, estas se tornam centros necróticos de coloração palha, com bordas avermelhas, alaranjadas ou marrons, variando de acordo com a cultivar. Pequenos acérvulos, frutificação típica do fungo, de coloração escura e setas bem evidentes, podem ser encontrados nos centros das lesões. Em condições de alta umidade, as lesões podem coalescer, tomando grande parte do limbo foliar. Nas nervuras, as lesões são elípticas-alongadas, marrom-avermelhadas ou purpuras. No colmo, pedúnculo, panícula são formados cancros, com centros mais claros e margens de coloração a variar com a cultivar. Internamente, observa-se uma coloração avermelhada com manchas brancas equivalentes aos pontos de infecção. Nos grãos infectados podem ser observadas lesões alongadas e escuras, onde se encontram os acérvulos (KIMATI et al., 2005; LEBEAU et al., 1951; WILLIANS et al., 1978).

Morfologia do fungo: Na fase teleomórfica produzem peritécios tipicamente rostrados, subepidérmicos ou erupentes. As ascas geralmente são clavadas e apresentam poro apical por ode são liberados ascósporos unicelulares, hialinos e curvados a cilíndricos ou elípticos (VAILLANCOURT & HANAU, 1992). Fase anamórfica produzem acérvulos marrom escuros, com setas longas e escuras. Os conídios são unicelulares, hialinos, lisos, falcados, às vezes fusiformes arredondados nas extremidades e curvos. Formam apressórios marrons, lisos, lobulados ou multilobulados, obovoides, ovoide ou clavados e margem irregular (CROUCH, 2006; MYCOBANK).

Observação: A fase anamórfica é a fase comumente encontrada.

Controle

Não químico:O principal método de controle da antracnose do sorgo é o uso de cultivares geneticamente resistentes. Entretanto, essa medida é dificultada devido à alta variabilidade apresentada pelo patógeno. A rotação de cultura, eliminação dos restos culturais e plantas hospedeiras também são importantes medidas para redução do inóculo inicial e consequente controle desta doença (CASELA et al., 1993; KIMATI et al., 2005).

Controle químico: Atualmente, existem 5 produtos registrados no Brasil para controle da antracnose do sorgo, sendo estes a base de misturas de fipronil + piraclostrobina + tiofanato-metílico, fludioxonil + metalaxil – M + tiabendazol, e dois a base de Fludioxonil + metalaxil – M. Para maiores informações veja em Agrofit  (http://agrofit.agricultura.gov.br/agrofit_cons/principal_agrofit_cons).

Fig. 1. Plantas de sorgo afetadas por Colletotrichum sublineola e folha com sintoma da antracnose em detalhe.
Fig. 2. Face adaxial de folha de sorgo observada ao estereomicroscópio: acérvulos de Colletotrichum sublineola com setas bem evidentes.
Fig. 3. Colletotrichum sublineola: acérvulo com setas bem evidentes e conídios falciformes e hialinos.
Fig. 4. Micrografia de contraste de interferência diferencial onde se pode observar conídios unicelulares, hialinos e falciformes.

Equipe de Desenvolvimento Web/UFV - 2014 - Mantido com Wordpress