DOENÇAS DO TOMATE
SEPTORIOSE
Hospedeiro: Tomateiro, Lycopersicon esculentum Mill
Relevância: O tomate é cultivado por seus frutos comestíveis, que podem ser consumidos frescos ou em forma processada e é uma fonte de vitaminas A, Complexo B, C e minerais (Beecher, 1998 e Jenkins, 1948). Os períodos prolongados de alta umidade relativa e temperaturas entre 20 e 25 ° C favorecem a infecção e o desenvolvimento da doença em tomateiro. Entre as doenças fúngicas, a mancha Septoria (Septoria lycopersici Speg.) é uma das doenças foliares mais devastadoras (Delahaut & Stevenson, (2004)
Agente etiológico: Septoria lycopersici Speg, (Spegazzini, 1881) [MB#222927].
Sinônimos:
= Septoria lycopersici f. italica, Septoria lycopersici f. lycopersici, Septoria lycopersici var. europaea, Septoria lycopersici var. lycopersici, Septoria lycopersici var. malagutii, Septoria lycopersici var. microspora (Spegazzini, 1881).
Distribuição: Ocorre praticamente em todas as regiões produtoras de tomate no Brasil e do mundo (Zambolim et al.,2000) e pode causar tanto desfolha quanto a queima precoce, quando as condições ambientais são favoráveis.
Sintomas:Lesões na superfície da folha superior, dispersas, às vezes coalescentes, distintas, circulares, angulares a irregulares, pontiagudas a pequenas, muitas vezes circundadas por halos amarelos, sem anéis concêntricos, inicialmente cinza a cinza escuro com linha de borda enegrecida , centro tornando-se acastanhado cinza a branco acinzentado com margem fina e enegrecida, mais tarde tornando-se cinza escuro com frutificação fúngica intensa, finalmente visível como minúsculos pontos negros no centro dos pontos; na superfície inferior da folha, marrom a marrom escuro com margem marrom ou cinza escuro (Shin and Sameva, 2004). Sintoma-tipo: manchas circulares, com bordas escurecidas e centro cor de palha no qual podem ser visualizados pontuações escuras.
Morfologia do fungo: A espécie S. lycopersici é um fungo imperfeito, cujas estruturas reprodutivas assexuais se formam dentro de picnídios. O fungo produz conidiomata picnidial, disperso ou em grupos, subepidérmica, mas na maior parte epifiloso, marrom escuro, mais ou menos globoso, unilocular, ostóide circular a subcircular, relativamente grande, circundada por células mais escuras. Conídios filiformes, de formato variável, substrato leve a ligeiramente curvado ou até sigmóide, truncados na base, subagudos a estreitos obtusos no ápice, gutulados com pequenas gotas de óleo, subhialinos a pálidos esverdeados, variáveis em tamanho e septação, septos mais ou menos distintos. Os conídio com terminal solitário em sua ponta e muitas vezes também em proliferações simpodiais (Shin and Sameva, 2004; Spegazzini, 1881).
Controle:
Não químico: Atualmente não existe cultivares comerciais de tomateiro com níveis satisfatórios de resistência a septoriose no Brasil, entretanto, algumas práticas culturais devem ser adoptadas para reduzir a doença tais como: destruição dos restos culturais imediatamente após a colheita, plantio de sementes e mudas balanceada, rotação de culturas por um período de dois anos, não irrigar por aspersão e adubação balanceada.
Químico: O controlo químico com fungicidas registrados devem ser aplicados em intervalos regulares de 7 a 14 dias logo que as condições ambientais estiverem favoráveis a aparição dos primeiros sintomas, desenvolvimento e disseminação do patógeno (AGROFT, 2018).
Referências bibliográficas:
AGROFT. Disponível em: http://agroft.agricultura. gov.br/agrofit-cons/principal-agrofit-cons Acesso em 18 de Maio de 2018
Shin, H.D. and Sameva, E.F. 2004. Septoria in Korea. :1-183
Spegazzini, C. 1881. Fungi argentini additis nonnullis brasiliensibus montevideensibusque. Pugillus quartus (Continuacion). Anales de la Sociedad Científica Argentina. 12(3):97-117
